A pergunta sobre qual é pior: o candidato de San Pedro, Nuevo León (do PAN), que supostamente pagava ao narcotráfico, ou o candidato de Guadalajara, Jalisco (do PRI), que presuntamente cobrava do narcotráfico, revela uma profunda preocupação com a corrupção e o crime organizado na política mexicana. Ambos os casos, se comprovados, representam um grave problema de infiltração criminosa nas instituições públicas, mas variam em suas implicações.
Por um lado, um candidato que paga ao narcotráfico pode estar tentando “comprar” sua proteção ou evitar ser alvo da violência, o que poderia ser interpretado como uma posição defensiva. No entanto, também sugere uma rendição ou conluio, permitindo que o narcotraficante exerça controle ou influência em sua gestão. Esse tipo de relacionamento é perigoso porque compromete a integridade e a autonomia da autoridade pública, submetendo-a aos interesses do crime organizado.
Por outro lado, um candidato que cobra do narcotraficante apresenta uma situação ainda mais preocupante, pois implica uma exploração ativa do poder para obter benefícios financeiros do crime. Nesse caso, o político não estaria apenas em conluio com os criminosos, mas também utilizaria sua posição para enriquecer, tornando-se parte do sistema criminal. Essa dinâmica pode aprofundar a corrupção e permitir que o crime organizado se expanda com a cumplicidade das autoridades.
Ambos os cenários são devastadores para o estado de direito e a confiança nas instituições públicas. No entanto, o candidato que cobra do narcotraficante parece mais proativo na exploração do poder para fins corruptos, o que poderia ser percebido como mais grave por sua implicação direta na perpetuação do crime organizado. Em qualquer caso, ambos os exemplos ressaltam a urgente necessidade de maior transparência, prestação de contas e reformas no sistema político mexicano para combater a corrupção e o crime.